quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Actis Lança Companhia de Geração Solar no Brasil

Renewable Energy

 No Brasil, existe projetos que ficar localizados em Juazeiro da Bahia.

A Atlas Renewable Energy, companhia de energia solar que o fundo britânico Actis está lançando na América Latina, tem como meta atingir de 1,3 gigawatt (GW) a 1,5 GW de potência instalada em cinco anos na região. Desse total, de 40% a 50% dos projetos devem ficar localizados no Brasil, disse, ao Valor, Michael Harrington, sócio da Actis responsável pela área de energia em Londres.
A Actis anunciou ontem a compra dos projetos da americana SunEdison na América Latina, incluindo 578 MW em projetos em operação ou construção, além de mais de 1 GW em carteira de projetos em fase de desenvolvimento. Pelo acordo, a Actis vai investir US$ 525 milhões na Atlas.
Dos projetos já contratados pela SunEdison e que irão para a Atlas, estão dois complexos de geração solar fotovoltaica no Brasil, que foram vendidos pela americana nos leilões de energia de reserva (LER) de 2015: Juazeiro Solar, com 119 MW, e São Pedro 60 MW. Os dois projetos ficam na Bahia.
No mais recente boletim sobre expansão da oferta da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de fevereiro, a probabilidade de os dois projetos serem concluídos era classificada como “média”, uma vez que as obras ainda não tiveram início.

“Estamos trabalhando para cumprir os prazos dos projetos. Nosso compromisso é em tentar garantir que sejam executados, implementaremos todos os esforços necessários para isso. O prazo é apertado, mas nossa equipe está se esforçando”, disse Harrington.
Esse não é o primeiro investimento da Actis no Brasil. A companhia já investiu na Atlantic Energias Renováveis, que opera 240 MW em energia eólica e tem outros 400 MW em fase de implantação. “Temos sucesso na construção de projetos de energia no Brasil. Já fizemos isso antes com a Atlantic e queremos replicar”, disse.

Segundo ele, um dos maiores desafios que a empresa enxerga no Brasil no setor de energia solar é a questão do risco cambial. “Outro aspecto é o conteúdo local para assegurar financiamento. Mas todos os mercados têm suas dinâmicas, somos muito otimistas sobre o Brasil e a América Latina”, afirmou.
A estratégia de crescimento da Atlas vai envolver parcerias em novos projetos, além do desenvolvimento dos que já estão na sua carteira. Os principais mercados para a companhia incluem Brasil, México, Uruguai e Chile.

No Brasil, a SunEdison foi assessorada pela Clean Energy Latin America (CELA) para executar a venda dos ativos para a Actis.

A SunEdison teve uma passagem turbulenta no Brasil, depois de firmar uma parceria bilionária com a Renova Energia e desfazer o negócio poucos meses depois. A Renova tinha acertado, em meados de 2015, a venda de uma carteira de 2.204 MW em potência em projetos para a SunEdison, montante avaliado em R$ 13,4 bilhões. No fim daquele ano, porém, o negócio foi desfeito, por problemas relacionados à TerraForm Global, veículo liderado pela empresa americana.

A SunEdison chegou a participar de leilões de energia de reserva em parceria com a Renova. A ideia era que uma joint venture formada pelas duas companhias iria desenvolver os cerca de 280 MW de potência em projetos de energia solar vendidos nos leilões de 2014 e 2015. Quando o negócio entre as empresas foi desfeito a Renova ficou com os parques vendidos em 2014, que somavam 119 MW, e a SunEdison ficou com os complexos de Juazeiro e São Pedro.


Fonte: Valor Econômico/Arivaldo Bispo