A fim de acompanhar as movimentações do mercado brasileiro
sobre a fonte eólica offshore, a EPE manteve interações com diversos órgãos governamentais
(MME, Aneel, Ibama, Marinha, SPU, entre outros), pesquisadores e empresas com
projetos em desenvolvimento no país e/ou experiência nesse segmento
internacionalmente. Há que se destacar
as contribuições obtidas durante o workshop “Energia Eólica Marítima”,
organizado pela EPE em abril de 2019, evento que contou com ampla participação
de agentes interessados. Adicionalmente, a EPE contou com o apoio em ações de
capacitação da equipe, incluindo missões técnicas, oferecidas pela Embaixada Britânica
no Brasil, GIZ (Agência Alemã de Cooperação Internacional) e Banco Mundial.
Destaque: Nordeste possui melhor potencial eólico offshore
acumulado por região.
Projetos eólicos offshore em licenciamento no Brasil
Atualmente, seis projetos eólicos offshore estão com
processo de licenciamento ambiental em curso no Brasil, todos ainda na fase de
licenciamento prévio. Destaca‐se que até o momento apenas um empreendimento,
por conta de suas características técnicas, está sendo licenciado por meio de
procedimento simplificado.
Os estudos de potencial realizados pela EPE apontam para a
existência de potencial técnico de cerca de 700 GW em locais com profundidade
até 50 m. É importante aprofundar as análises utilizando dados
meteoceanográficos e inserindo restrições nas áreas exploráveis como, por
exemplo, áreas de proteção ambiental, rotas comerciais, rotas migratórias de
aves, áreas de exploração de petróleo ou outras áreas com usos conflitantes.
Mesmo com as restrições apontadas, o potencial energético é suficiente para que
as usinas eólicas offshore possam se apresentar como opções futuras no
atendimento do país.
Em relação aos aspectos tecnológicos da fonte eólica
offshore, identificada uma tendência de utilização de turbinas eólicas de
grandes dimensões, com potências nominais mais elevadas e que demandam uma
maior atenção na escolha do tipo de fundação, e de escalas maiores de projetos,
características que a diferenciam em relação a fonte eólica onshore.
Velocidade do Vento a 100m – Base CEPEL
Fonte:
EPE. Empresa de Pesquisa Energética.
IRENA. International Renewable Energy Agency.
Global wind atlas. 2015. Disponível em:
https://irena.masdar.ac.ae/gallery/#tool/10.
GOMES, M. S. S. Proposta de uma metodologia para utilização de energia eólica offshore no litoral sudeste do Brasil.
2018. 126p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção),
Universidade Federal de São Carlos, Sorocaba, 2018.
GWEC. Global Wind Energy Council. Global wind report 2018. 2019a.
GWEC. Global Wind Energy Council. Global offshore wind report 2019. 2019b.
IEA. International Energy Agency. IEA Wind TCP Task 26 –Offshore wind international comparative analysis. 2018a.
IEA. International Energy Agency. Offshore energy outlook. 2018b.
IRENA. International Renewable Energy Agency. Renewable energy technologies: Cost analysis seres – Wind Power. 2012.
IRENA. International Renewable Energy Agency. Innovation outlook: Offshore wind. 2016a.